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terça-feira, 31 de maio de 2011


         No campo das emoções o tempo vai trocando as estações e as cores alegres da primavera assumem tons cálidos de outono....
        Há um tempo atrás estaria desnorteada tentando barrar o eterno fluxo da vida, agarrada a esperança de algum dia viver um estático feliz pra sempre. 
No entanto cedo ou tarde a gente amadurece e aprende a olhar o mundo por um outro ângulo.
Hoje só sei que seja inverno ou verão, cada estação trás em si o embrião da felicidade.
No meio das mudanças, que desfizeram meus penteados, descobri que todas as minhas certezas são incertas e aprendi a ser feliz assim, descobri que felicidade tem haver com o simples fato de se estar alinhada com o tempo do coração trazendo entrelaçado na alma a certeza plena de que nada é por acaso e somente por isso é que o que tem que ser tem muita força. 


com carinho 
 Fabi 





       

quinta-feira, 26 de maio de 2011



"Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais.
Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes e comer mais pipoca, ler mais. Sair mais. Quero um trabalho novo. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Quero dançar mais. Comer mais brigadeiro de panela, acordar mais cedo e economizar mais. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de bicicleta. Ir mais vezes ao parque. Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. Quero me olhar mais. Cortar mais os cabelos. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais.
Não quero esperar mais, quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e só o necessário para trás. Quero olhar nos olhos do que fez sofrer e sorrir e abraçar, sem mágoa. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero aceitar menos, indagar mais, ousar mais. Experimentar mais. Quero menos “mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. “E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha".



                                                                                            Fernando Pessoa

terça-feira, 24 de maio de 2011

O tempo de florir



Hoje fiquei pensando em como é tão difícil respeitar o tempo das  coisas, pensei em quanta sabedoria trás um humilde jardineiro que carrega em seu coração o amor necessário para entender que cada flor possui seu tempo de florir.

Neste instante dei por mim e reconheci que a felicidade tem muito mais a ver com sabedoria do que com inteligência ou conhecimento. Eu mesma nunca fui uma pessoa muito sábia, e nunca soube ter a paciência e o amor necessário para ver o florescer de cada coisa, impaciente como só, não apenas me decepciono facilmente como sofro qual criança mimada ao ver que as coisas fugiram ao meu controle, fato que era desde o inicio esperado.

Enfim, infelizmente ou felizmente na escola da vida a todos instantes temos situações que nos convidam a reflexão, hoje recebi um convite de aprender a ter paciência. E a unica coisa que quero que saiba é que se você espera muita uma coisa que não acontece, talvez seja melhor você mudar o jeito de olhar pra ela. 

                                                                                  com carinho 
                                                                                               Fabi


ps.: Só hoje pude compreender o que me disseram sobre o fato de que euforia não tem nada a ver com felicidade. 

domingo, 22 de maio de 2011

O tempo das coisas


Poderíamos, com mais frequência, tentar deixar a vida em paz para desembrulhar suas flores no tempo dela, no tempo delas, e, em alguns momentos, nem desembrulhar. Apesar da nossa cuidadosa aposta nas sementes, algumas simplesmente não vingam e isso não significa que a vida, por algum motivo, está se vingando de nós. Há muito mais jardim para ser desembrulhado.
Poderíamos, mais vezes, tentar respeitar os dias e as noites das coisas, os sóis e as luas de cada uma, os amanheceres, os entardeceres, as madrugadas, a sabedoria reparadora e tecelã dos intervalos, as estações todas com seus jeitos todos de dizer. Percebermos, mais vezes, a partir da nossa própria experiência humana, que tudo o que vive, queira ou não, está submetido à inteligência natural e engenhosa das fases. Dos ciclos. Da permanente impermanência. Da mudança.

Poderíamos, amiúde, tentar desviar nossa atenção do relógio perigoso da expectativa, geralmente adiantado demais. Aquele tal cuja velocidade transtornada dos ponteiros costuma apontar para o tamanho e a urgência das nossas carências. Para a necessidade de preenchimento imediato e contínuo do que chamamos de vazio, às vezes porque é, às vezes por falta de palavra melhor. Aquele tal relógio que geralmente só antecipa frustração e atrasa sossego. Aquele tal que costuma só fomentar dificuldades e alimentar fomes.
Mas, não. A crisálida ainda está se acostumando com a ideia de ser borboleta e já queremos que voe. A flor ainda é botão e, em vez de apreciá-la como botão, ficamos apressados para vê-la desabrochada. O fruto ainda precisa amadurecer, mas o arrancamos, verde, do pé, por mera ansiedade. Ainda é a vez do tempo estar vestido de noite, mas queremos que se troque rapidinho para vestir-se de manhã.
Nossa impaciência, nossa pressa àvida pelo resultado das coisas do jeito que queremos, no tempo que queremos, geralmente altera o sábio fluxo do tempo da vida e o desdobramento costuma não ser lá muito agradável. Não é raro, nós o atribuímos à má sorte, ao carma, ao mau-olhado. Não é raro, culpamos Deus, os outros, os astros, os antepassados. Não é raro, é claro, nós ainda nos achamos cobertos de razão.

É fácil lidar com isso? Não é não. Nem um pouco. Esse é um dos capítulos mais difíceis do livro-texto e do caderno de exercícios: o aprendizado do respeito ao sábio tempo das coisas.


Ana Jácomo


sábado, 21 de maio de 2011

A menina e o pássaro encantado

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
 Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
 Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.
 Tenho de ir  dizia.
 Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…
— Eu também terei saudades  dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.
Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”
Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
 Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.
 Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
 Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…
E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
 Que bom  pensava ela  o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
 Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.
* * *
As mais belas histórias de Rubem Alves
Lisboa, Edições Asa, 2003

ps.: Eu amo essa história, só Rubem Alves para captar a sutileza do encanto de uma saudade. 
Só ele pra entender a necessidade que tenho de um tempo e um espaço só meu.
Para compreender a necessidade de se ter segredos. 
Ninguém pode, manter ao seu lado alguém quem não queira estar ali, por isso apesar dos nossos medos e inseguranças devemos respeitar a liberdade daqueles que amamos trazendo em nossos corações a certeza de que "Aquilo que é realmente nosso nunca se vai para sempre". 



quinta-feira, 19 de maio de 2011

.

. afinal, há é que ter paciência, dar tempo ao tempo, já devíamos ter aprendido, e de uma vez para sempre, que o destino tem de fazer muitos rodeios para chegar a qualquer parte [...]

 [José Saramago]

quarta-feira, 18 de maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

O Avesso dos Ponteiros



"Na pressa a gente não nota que a Lua muda de formato."

Ana Carolina 


domingo, 15 de maio de 2011

Sim eu sou careta!


Se perder a conta de quantos beijou em uma noite é normal
se trair faz parte de todo relacionamento 
se mentir não é nada demais 
se usar drogas é curtir a vida intensamente
se beber até vomitar é o que vale a pena
se preferir pessoas que tenham conteúdo as que são belas 
se usar uma roupa que te faz bem ao invés de uma que esta na moda 

.... é então eu sou careta!



sexta-feira, 13 de maio de 2011



"I hope it's gonna make you notice
Someone like me"

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sabedoria de criança


"Estava na casa do irmão, quando a sobrinha, criança na época, demonstrou tristeza no momento em que a tia comentou que havia chegado a hora de ir embora.

“Você vai me deixar sozinha?”

“Não, querida, você não vai ficar sozinha, vai ficar com a sua mãe e com o seu pai...”

A menina, numa dessas sábias tiradas amorosas que criança diz sem cerimônia, e adulto, por mais que sinta tão sinceramente, tantas vezes fica encabulado pra dizer, mandou esta:

“Eu sei, mas eu vou ficar sozinha de você!”"

Ana Jácomo


ps.: Só criança pra dizer as coisas com toda a simplicidade e leveza do sentimento!

sábado, 7 de maio de 2011

E a pergunta é...


"E ela não tem medo do perigo?"

Só digo que não é que ela não tenha medo do perigo, mas é que ela tem fascínio pelo desconhecido!  

                                                                                          com carinho 
                                                                                                           Fabi

domingo, 1 de maio de 2011

Definições


      E a verdade é que eu nunca gostei muito de ser definida, hora porque me sentia limitada, e hora porque as definições eram completamente distorcidas da realidade.
     No entanto meu jeito de ser, sempre foi um convite aberto para que as pessoas me encaixasse em determinadas padrões, e esse fato faz com que hoje eu já saiba em qual estereótipo determinadas pessoas me encaixam, e hoje também posso dizer que já não ligo muito pra isso...
     No entanto em uma dessas sextas-feiras de 2011, intituladas por mim como os dias das surpresas, alguém me definiu assim: "Insanamente emotiva" posso dizer que foi a definição mais clichê que recebi, mas foi ao mesmo tempo a mais verdadeira, não há como negar, qualquer um que me conheça relativamente sabe, porque não é como se eu me alimentasse de emoções porque eu sei que isso se aplica a todos os seres humanos, mas é como se eu externasse cada sentimento experimentado, no calor do momento vivido, não apenas para aqueles que me são caros mas a qualquer um que esteja próximo, o que vira e mexe me causa grandes confusões, seja pelo fato de não ser compreendida, ou pelo fato de alguns se aproveitarem mesmo da situação, ponto em que chegamos ao insano, e não posso dizer que me preocupei com o fato das minhas emoções serem tão evidentes, faz tempo que eu sei, e faz tempo que não me incomodo, como diz uma querida amiga, no pior dos casos penso que ninguém paga minhas contas, e no fim terminei mesmo foi por me deleitar com essa definição.
      Só que ainda não consegui parar de pensar que para tanta gente, ser aquilo que se é com clareza, expor seus sentimentos sem medos é considerado loucura, loucura daquelas graves, de não saber como agir, se com desconfiança, afinal será  possível que alguém seja realmente assim? ou com preocupação, afinal talvez seja algum distúrbio hormonal, como já ouvi muitas vezes, a maioria dos seres que conheci relativamente se dividem nesses dois grupo, ah e ainda não posso esquecer dos descrentes que procuram a fonte de aguá que eu bebo pra ser assim, geralmente me idealizam e eu corro de gente que me idealize, simplesmente porque não gosto de visões distorcidas como eu disse no começo, lembra? me incomodam sobremaneira, mas para questões de curiosidade não vivo sozinha,  alguns mais "loucos" que eu com o tempo perdem interesse pelo objeto de pesquisa e se acostumam....
    Mas mesmo assim não consigo parar de pensar que estamos tão sufocados pelos medos, que escondemos aquilo que sentimos, afinal onde colocamos o medo de sofrer, perder e ser motivo de chacota?  Fico observando e vejo um tanto de pessoas se comportando com forme a norma, daquelas que dizem não confie em ninguém, as paredes tem ouvidos, não demonstre o que se sente afinal nunca se sabe, daquelas que com o tempo se acostumam a levar a vida assim em banho-maria como dizia minha avó. E depois sou eu que preciso de médico, depois eu que sou louca...
     Enfim não sou medica, mas os anos de experiência me fornecem base para diagnosticar esse mal congênito, aviso de antemão não há cura, e de acordo com as pesquisas realizadas não parece ser contagioso. =D

                                                                                          com carinho 
                                                                                                       Fabi